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Crónicas de uma filha Atrapalhada

Lembram-se da pequena Bá do blog "Crónicas de uma mãe atrapalhada." Pois,ela cresceu! E agora exigiu que existisse também a sua versão de filha num blog a quatro mãos.

Crónicas de uma filha Atrapalhada

Lembram-se da pequena Bá do blog "Crónicas de uma mãe atrapalhada." Pois,ela cresceu! E agora exigiu que existisse também a sua versão de filha num blog a quatro mãos.

Poema de Ney Matogrosso

Refelexo do meu Estado de espírito

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo

Eu acordei com medo e procurei no escuro

Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança

Do tempo que eu era criança

E o medo era motivo de choro

Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo mas não chorei

Nem reclamei abrigo

Do escuro eu via um infinito sem presente Passado ou futuro

Senti um abraço forte, já não era medo

Era uma coisa sua que ficou em mim,

De repente a gente vê que perdeu

Ou está perdendo alguma coisa Morna e ingênua

Que vai ficando no caminho

Que é escuro e frio mas também bonito

Porque é iluminado Pela beleza do que aconteceuHá minutos atrás

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo

Eu acordei com medo e procurei no escuro

Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança

Do tempo que eu era criança

E o medo era motivo de choro Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo mas não chorei

Nem reclamei abrigo

Do escuro eu via um infinito sem presente

Passado ou futuro Senti um abraço forte, já não era medo

Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim

De repente a gente vê que perdeu

Ou está perdendo alguma coisa Morna e ingênua

Que vai ficando no caminho

Que é escuro e frio mas também bonito

Porque é iluminado Pela beleza do que aconteceu Há minutos atrás

Menina dos olhos d`água

Até sempre Pedro Barroso O último Grande Trovador!!!!

 

 Sou Ribatejana e desde pequena admidorada voz deste gigante da nossa música e  no blogue da infãncia dela lhe dedicava esta música. Embora o vídeo tivesse sido removido ficou a letra.

Menina dos olhos de Água

 

 

 

Menina em teu peito sinto o Tejo
e vontades marinheiras de aproar
menina em teus lábios sinto fontes
de água doce que corre sem parar

 

menina em teus olhos vejo espelhos
e em teus cabelos nuvens de encantar
e em teu corpo inteiro sinto o feno
rijo e tenro que nem sei explicar

 

se houver alguém que não goste
não gaste - deixe ficar
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar

 

aprendi nos "Esteiros" com Soeiro
aprendi na "Fanga" com Redol
tenho no rio grande o mundo inteiro
e sinto o mundo inteiro no teu colo

 

aprendi a amar a madrugada
que desponta em mim quando sorris
és um rio cheio de água levada
e dás rumo à fragata que escolhi

 

se houver alguém que não goste
não gaste - deixe ficar...
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar

 

(música e letra de Pedro Barroso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

15 anos de Orgulho!!!

Aviso este post pode literalmente afogá-lo em baba de mãe!!!!!!!

Háquinzeanosfoiassim.jpg

Babá recém nascida

 

É o teu dia princesa. Sim Princesa para mim serás sempre uma princesa, mas uma princesa guerreira. Não és, nunca foste ,a princesa que fica quieta à espera  que o príncipe a viesse salvar. És a minha Brave a minha princesa de arco e flecha na mão. A minha Princesa do Violoncelo.

 E hoje no teu dia do teu aniversário és a Princesa presa na  Torre, mas continuas a ser uma guerreira, porque sabes que neste momento ficas presa na Torre , não que  um príncipe nos eu cavalo branco te venha salvar, mas porque sabes que é ser a melhor estratégia de guerra contra este vilão de coroa que quer dominar o planeta. E isso também faz de ti uma princesa guerreira,

 

És linda, talentosa, senhora do teu nariz, desse teu belo nariz arrebitado, que eu costumo dizer a brincar que faria corar a Cléopatra.  Adoras desenhar, pintar e fazes uns desenhos que eu acho lindos. Eu e não só, mas tu és perfeccionista e queres sempre melhor,

 

És uma adolescente muito responsável e consciente com uma pequena dose de rebeldia que faz parte, mas que até acho saudável.

És uma melga, adorável mas a minha melguinha que nunca me larga.

És uma leitora ávida  e isso enche-me de orgulho.

Tens sido desde o teu primeiro dia de escola  uma estudante responsável que deu sempre o seu melhor.

Ensaias com amor e dedicação no teu Violoncelo , pois vês na música o teu futuro.

encerraram as Escolas para combater a pandemia do Corona Vírus.

És uma filha fantástica, uma miúda muito gira, uma irmã fabulosa que o teu irmão adora.

E eu desejo-te as maiores felicidades e que este momento vivemos no planeta, um dia seja apenas  uma história que ficou para contares aos teus

 

Muitos Parabéns pelos teus quinze anos, que contes muitos e bons e que eu possa acompanhar as tuas conquistas e os teus sucessos durante muito tempo.

Amo-te até ao ∞

A Chamada!

um conto inspirado numa chamada real.

Do outro lado da sala o telefone tocou. Ela correu a atender. Levantou o auscultador. Esboçou um inseguro “Estou...”. Mas do outro lado da linha, apenas uma leve respiração e a seguir o som do desligar. Era a terceira vez que esta cena se repetia. Pensou deixar o telefone fora do auscultador durante algum tempo, mas aguardava chamada do marido, que tinha viajado. Claro! Como estava a ser tonta. Provavelmente era ele que estava com dificuldades em estabelecer ligação. Ligou a Rádio. Estava frio. Ligou o aquecedor.

 O telefone voltou a tocar. Mais calma voltou atender. Do outro lado da linha uma voz se fez ouvir.

-  Estou? És tu Luísa,?

-   Sim. Mas...

-   Não me estás a conhecer? Lembras-te daquele com quem costumavas dançar ao luar? Acordar deitada na areia?

-    Ricardo!!! Mas já passaram dez anos como me descobriste?

-   Nunca te perdi o rasto Luísa. Nunca! Lembro-me de ti todos os dias. Ao acordar, ao deitar. Durante as refeições. Durante as noites de insónia. Quando danço sozinho ao luar.

-   Ri...

-  Não digas nada. Deixa-me falar. Esta será provavelmente a última vez que me vais ouvir. Esta será provavelmente a última vez que te irei ligar. Eu sou a tua sombra. Persigo-te noite e dia. Sei tudo sobre os teus passos. Mudaste de casa, mudaste de emprego. Casaste.

              Estás talvez um pouco mais velha e mais forte do que quando eras a minha musa inseparável. Mas estás ainda mais bela do que eras. E eu estou só, porque tu aprisionaste a minha alma no teu ser. Embriagaste o meu ser com o néctar licoroso dos teus beijos. E a tua voz doce e suave ainda me murmura aos ouvidos doces palavras de amor prometendo-me a felicidade eterna que me negaste.

 

   -   Vou d...

 

  -   Não desligues. Por favor não desligues. Podes dizer que sou louco. Talvez tenhas razão. Sou louco, louco por ti. Enlouqueci de paixão. Perdi de vez a razão. Mas não perdi o meu amor por ti. Por isso peço-te que me ouças. Esta é última vez que me ouvirás. Sei que já nem a minha voz tu reconheceste. Mas eu... eu nada de ti esqueci. Reconheço ainda o balançar do teu andar no meio de multidões. Quis desistir de ti. Esquecer-te. Mas a imagem de ti com outro homem é-me impossível de aceitar!

                   Tens uma casa recheada de conforto. Um marido, uma família. E eu ... não tenho nada.

Sei que ainda não desligaste, ouço o teu respirar! Ouviste, não aceito que me esqueças.

Estou mais perto de ti do que possas imaginar. Agora se quiseres podes falar.

-  Mas onde estás Ricardo?

-   Vejo que ninguém te encontrou. Ninguém te disse que eu morri? Que me matei quando casaste?

-  Deixa-te de brincadeiras de mau gosto. Os mortos não telefonam.

-  Tens a certeza? Então desliga o teu telefone da ficha.

-  Podes ter a certeza que o vou fazer! Já te aturei mais do que devia.

 Se bem o disse, melhor o fez. Mas assim que Luísa acabou de desligar o telefone da ficha. Este voltou a tocar. Exasperada tirou o auscultador do descanso. Mas o telefone continuava a tocar ininterruptamente.

 Foi invadida por um frio arrepiante quando ouviu uma voz a seu lado:

-         Vim buscar-te para uma dança ao luar...

Enquanto Luísa tentava em vão parar de rodopiar, uma sinistra gargalhada ecoava no ar.

 

(conto inspirado numa chamada anónima recebida por mim)

11/12/01

Flora Rodrigues

Publicado originalmente no meu blog Sopa de Letras em 24.11.07

 

Sabor a Azul do Céu

beijo.jpg

 

-Beija-me…- Disse ela de pé, para ele sentado a seu lado em cima do muro. Ele espantado, concentrou-se no silêncio que antecedera estas palavras. Devia ter imaginado algo. Desejava-o com tanta força que imaginava ouvir a voz ligeiramente rouca e doce dela pedir-lhe:

-beija-me. -Ouviste o que te pedi?

-Desculpa, pensei que estivesse a imaginar.

-Porquê não me queres beijar?- Perguntou ela num misto de tristeza e divertimento, mas honestamente intrigada..

-Sim. Quero. É o que mais quero. Não me estás a gozar?

-Porque haveria de o fazer?

-Não sei...

-Pára com isso e beija-me!

-Mas..

-Mas o quê?

-Mas eu só tenho doze anos e tu já tens catorze-Ela riu-se.

-Tens com cada uma. Quero lá saber disso. Conheço-te desde que nasci. Hoje é o dia perfeito para me beijares.

Foi assim que sentado num muro por ser mais baixo do que, ela à luz da estrelas e do luar que ele deu o seu primeiro beijo.

-Gostaste?- Perguntou-lhe ela. Ele ainda estava a viajar por entre a lua e as estrelas sem acreditar. -Devo estar a sonhar.

-Não, não estás.- E voltou a beijá-lo.

-A que te soube? - A azul do céu, se as cores tiverem sabores este é o teu, sabes a azul do céu! E eu?

-A amoras frescas acabadas de colher. -Agora vamos para a nossas casas que já é tarde.

-Amanhã, encontramo-nos? -Sim- Disse ela com um brilho igual aos das estrelas nos olhos.

Mas não voltaram a encontrar-se senão passados dez anos.

O tempo não passara por ela e a sua voz era inesquecível.

-Dá-me licença? Ele virou-se.

-És tu? És mesmo tu?

-Eu quem? Respondeu ela divertida sem o reconhecer.

- Não te lembras de mim? Crescemos juntos, brincávamos no muro junto ao telheiro de noite, fingíamos que éramos gatos e tudo o que se possa imaginar, um dia desapareceste e nunca mais soube ti. inham mudado de casa.

-Sebastião? Não acredito! -Lançou-se-lhe nos braços como se fossem crianças de novo.

-Desculpa esta é tua namorada? – Perguntou um pouco atrapalhada notando uma presença feminina ao lado.

- Ele riu. -Não, não tenho ninguém É apenas a menina da loja. -E tu?

-Nem namorado, nem marido. Mas chega aqui. Há uma pessoa que te quero apresentar. Junto das prateleiras de livros infantis estava um menino cujo perfil era indubitavelmente o dela.

-Este é Sebastião. O meu filho. Foi por isso que parti sem nada dizer.

-O teu filho?

-Vamos tomar um café? Dirigiram-se para a cafetaria da livraria .

-Sim. Foi por isso que te pedi um beijo naquela noite. Queria imaginar que ele era um pouqinho teu.

-E o pai?

- Nunca mais soube dele. Depois dele fazer o reconhecimento da criança nunca mais o vi. É o Mateus que era da minha turma. Os pais mandaram-no para Londres para casa de uma tia-avó. No entanto os pais dele mandam dinheiro todos os meses para o neto. Mas não o querem ver. Também sofri tanto que não preciso de mais nada e nem quero ver a cara de ninguém daquela família.

-Porque não me disseste nada.Eu tinha-te ajudado.

-Porque não queria destruir a imagem romântica que eu sabia que tinhas de mim. Além disso eras uma criança inocente. Dois apenas de diferença, eu sei, mas naquela altura era uma diferença enorme. Mas queria que tivesse sido teu, por isso quis sentir o teu sabor.

-Olá Sebastião...

-Olá, és o amigo da minha mãe que diz que as cores têm sabor?- Sebastião sorriu.

-Ela contou-te isso?

-Sim, perguntei à minha mãe a que sabiam os beijos. Ela respondeu que um dia um amigo lhe disse que sabiam a azul do céu…

-Sim fui eu. Porque quiseste saber? -Queria saber porque me chamava Sebastião e ela disse que foi por ser o nome da única pessoa que gostou dela de verdade e lhe deu o beijo mais saboroso do mundo.

Ele olhou para ela e ela enrubesceu como se tivesse catorze anos de novo. Ele nunca a esquecera, mas o amor magoara-o demais. Fora o seu primeiro beijo e a sua primeira desilusão.

-Sempre pensei que fugiras de mim por causa daquele beijo.

-Oh não, nunca..os meus pais não me deixaram falar com mais ninguém, desculpa eu não te quis magoar...

-Agora percebi.Foi bom ver-te. Tenho de ir para a missa

. -Vais à missa?

-Não. Vou celebrá-la. Sou o novo pároco desta paróquia.

Ele vislumbrou uma nuvem de decepção nos olhos dela e como que em jeito de se desculpar disse-lhe: -Eu nunca te esqueci, pensei que te perdera para sempre. Querem vir assistir?

-Com certeza.- Disse ela. -Não te volto a perder. Posso ter-te perdido como homem, mas hoje vejo que nunca te perdi como irmão de amizade e isso vale mais que mil paixões.

E seguiram de mão dada até à igreja. A multidão cochichou entre si. E muitos rumores soaram nos anos que se seguiram. Mas nunca as vozes do povo tiveram razão em falar.

Passados 30 anos.

Encontravam-se ambos debaixo do telheiro. Ela de pé. Ele sentado no muro.

-Beijas-me? – Disse ela.

Ele não respondeu, deu-lhe ao de leve um beijo na testa.

-Não, beija-me mesmo, só por esta vez.

-Sou um padre. Sabes que não posso.

-Só por esta vez.

Ele não resistiu e beijou-a. Ela nunca perdera o sabor a azul do céu.

-Porque me pediste para te beijar?

-Porque queria levar o teu sabor a amoras frescas acabadas de colher comigo. Prometes-me tomar conta do Sebastião?

-Sim, embora ele já seja um homem feito, mas porque me pedes isso?

-Porque tenho de partir. - E dizendo isto desfaleceu nos seus braços adormecendo para sempre.

Nunca um serviço fúnebre lhe fora tão doloroso, mais a mais, por sentir que aquelas almas presentes o condenavam. Como se pode condenar um amor tão puro? Nunca ninguém acreditaria que em 52 anos de existência a amara sempre e só tinham trocado dois beijos, mas a coincidência do filho ter o seu nome também não ajudava.

Só quem amou verdadeiramente acreditaria num amor tão puro. Não se importava com o mundo. Olhava o céu, queria encontrá-la.

Ainda tinha o seu sabor a azul do ceú, na boca. O céu ganhara um novo significado na sua vida.

Conto de ficção escrito por mim ilustração retirada da internetPintrest  publicado originalmente no meu Blogue Sopa de Letras 09/09/08