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Crónicas de uma filha Atrapalhada

Lembram-se da pequena Bá do blog "Crónicas de uma mãe atrapalhada." Pois,ela cresceu! E agora exigiu que existisse também a sua versão de filha num blog a quatro mãos.

Crónicas de uma filha Atrapalhada

Lembram-se da pequena Bá do blog "Crónicas de uma mãe atrapalhada." Pois,ela cresceu! E agora exigiu que existisse também a sua versão de filha num blog a quatro mãos.

Ansiedade!!!!! (I)

O monstro invisível que te devora a felicidade

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Hoje volto aqui para falar de Ansiedade e das graves consequências de não ser devidamente tratada. É um tema que com a Pandemia se tornou mais falado, mas é invisível e altamente incapacitante.  Falo de ansiedade não do ponto de vista clínico, mas do ponto de vista de experiência pessoal na minha vida e da minha filha. Se me pedirem para descrever a ansiedade numa palavra diria Inferno, porque que é como viver num inferno, pessoal.

   Levei quase trinta anos a entender o que era um ataque de pânico e a ansiedade em geral. No início pensava eu só sou muito nervosa. Culpava a asma pela falta de ar e a dor e aperto no peito.

Quando as palpitações começavam achava que havia algo de errado.

 Sempre que o acontecimento importante se aproximava, ficava ansiosa, o coração palpitava descontrolado, o ar parecia não chegar e chegava a descrever a dor que sentia como se uma mão estivesse dentro de mim a apertar-me o coração.

 

 Se fosse para um exame e não tomasse algo para me acalmar, por vezes chegava a ter o que chamávamos de “brancas”, por muito que eu soubesse, ou entendesse daquele assunto, assim que me sentava e recebia o Exame a minha memória era como um disco de computador que tinha acabado de ser formatado. Saía do exame e de repente tudo se tornava claro para mim.

 

Estive anos sem conduzir por causa da ansiedade. A necessidade obrigou-me a enfrentar “o monstro” e acabei por conduzir e por duas vezes na vida tive um ataque de pânico ao volante. Felizmente controláveis. Um deles valeu-me o meu marido que estava ao pé de mim e o outro …  bem esse merece um post inteiro, porque ficou para a história e contarei num próximo post.

 Conseguem imaginar o que é a luta entre concentrar-nos na condução, e um coração descompassado, uma sensação de sufoco, sentir literalmente o sangue a latejar-nos nas veias e um sentimento de pânico que algo de mau nos vai acontecer?

 E a sensação do não sou capaz, não tenho competência para, que sempre me fez fugir do que fosse qualquer cargo de chefia, porque a simples ideia de ter pessoas dependentes das minhas decisões me despoletavam ataques de pânico. Apesar de ao longo de 29 anos de aulas ter sempre conseguido fazer amigos, ter conseguido fazer com que Conselhos de Turma e Encarregado de educação colaborassem comigo.

 A ansiedade faz-nos viver num terror constante e procurar ajuda é o melhor a fazer, porque às vezes achamos que somos fortes e resolvemos as coisas sozinhos, mas o caminho para a cura é procurar um especialista.

 

Este é um testemunho que partilho para que quem se sentir assim possa procurar ajuda, porque passar um legado de ansiedade aos nossos filhos não é uma boa herança.

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