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Crónicas de uma filha Atrapalhada

Lembram-se da pequena Bá do blog "Crónicas de uma mãe atrapalhada." Pois,ela cresceu! E agora exigiu que existisse também a sua versão de filha num blog a quatro mãos.

Crónicas de uma filha Atrapalhada

Lembram-se da pequena Bá do blog "Crónicas de uma mãe atrapalhada." Pois,ela cresceu! E agora exigiu que existisse também a sua versão de filha num blog a quatro mãos.

Até sempre Luís Sepúlveda

A minha modesta homenagem a um escritor e ser humano excecional

I

Luís Sepúlveda.jpg

Imagem retirada da WOOK onde o autor está em destaque.

 

Hoje   é um dia muito triste para mim. Ligar o computador e ver que Luís Sepúlveda, um dos meus autores de eleição senão mesmo o meu preferido, aquele por quem não me importei de esperar horas numa fila imensa para lhe apertar a mão e dizer o quanto o admirava e ter alguns dos seus livros autografados, faleceu vítima de covid-19 foi para mim um choque como se uma amigo tivesse falecido.

 Pena tenho mesmo de na altura não ter comigo todos os que tinha dele e ficarem autografados. Na verdade, a minha história de amor pela escrita de Sepúlveda começa com a minha história de amor pessoal.

   Numa das minhas viagens  de comboio de regresso para casa, o meu marido, na altura só o meu namorado de há pouco tempo emprestou-me um livro:

“Diário de um killer sentimental”

- Tenho a certeza que vais gostar- disse-me com um sorriso de antecipação.

Não gostei, apaixonei-me!!!!! A partir desse dia tive um caso de paixão pela literatura de Sepúlveda.

 

Impossível não nos comovermos com o dilema do killler que encontra a sua antiga e grande paixão ao lado da sua próxima vítima, enquanto bebe uns copos ao som dos Mariachi ou  enternecer-nos com o “gangue” de Zorbas e os seus companheiros que ficam responsáveis por ensinar uma cria de gaivota a voar.  Maravilhar-nos e viajar até à Patagónia no “Mundo do fim do Mundo”, revoltar-nos e comovermo-nos quando viajamos até à Amazónia com “O Velho que lia Romances de amor”. Ficarmos chocados e revoltados com os testemunhos de “O general e o juiz” e voltarmos a vibrar e a viajar com as magníficas treze histórias de “A Lâmpada de Aladino”. Aprender o valor da lentidão com  caracol do seu jardim, a  carinhosa  história que dedicou ao seu neto e eu ofereci à minha filha. E tantas outras.

 

Sepúlveda era um exímio contador de histórias, a sua escrita simples e fluída apaixonou-me desde a primeira página que li, posso mesmo dizer que foi um caso de amor à primeira página.

 

Lamento a sua morte, perde-se um ser humano grandioso e lamento saber que nunca voltarei a vibrar ao saber que vou ter uma nova obra sua para ler.

Mas Luís Sepúlveda o escritor para mim será eterno pela sua escrita e pela obra que deixou.

Resta-me o consolo de lhe ter apertado a mão  e dizer o quanto admirava a sua escrita.

Obrigada por todos os momentos maravilhosos que a sua escrita me proporcionou e me vai proporcionar sempre que voltar a ler ou reler.

Até sempre Sepúlveda para mim serás eterno.

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