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Crónicas de uma filha Atrapalhada

Lembram-se da pequena Bá do blog "Crónicas de uma mãe atrapalhada." Pois,ela cresceu! E agora exigiu que existisse também a sua versão de filha num blog a quatro mãos.

Crónicas de uma filha Atrapalhada

Lembram-se da pequena Bá do blog "Crónicas de uma mãe atrapalhada." Pois,ela cresceu! E agora exigiu que existisse também a sua versão de filha num blog a quatro mãos.

Desafio de escrita dos Pássaros#2.2 "O Jantar"

Tema. É que isso de médicos, nunca fiando

O Alfredo conduz muito bem, mas é um pouco louco às vezes, e para picar a Maria fez uma condução que me obrigou várias vezes a dizer-lhe “olha lá pá, eu não quero deixar filhos órfãos de mãe…” . Ele ria-se e respondia: " - Confia em mim. Não vais.” E eu confiava.

A Maria assim que  o via fazer isto dizia-lhe: -Oh Alfredo, tem cuidado , há mais pessoas aqui além da tua amiga.

“Não te preocupes Maria que chegas inteira” remordendo” baixinho “infelizmente” e revirava os olhos. Eu censurava-o com o olhar e ele sorria. Era impossível não gostar do sorriso dele. Era genuíno , quase inocente, quase, pois havia sempre uma pequena faísca de desafio nos olhos dele, que também sorriam.

Entretanto chegámos e como fomos os últimos eu e o Alfredo ficámos juntos. E, claro, como não podia deixar de ser, a Maria, posicionou-se logo ao lado do Alfredo também. O que ela não percebia, era que quanto mais ela lhe impunha sua presença, menos ele a suportava. O jantar estava a decorrer animado.

Falava-se entusiasmadamente do novo projeto em que a empresa apostava. Uns achavam que era algo inconcebível, outros achavam que era algo visionário. A Maria e a Ana concordavam ambas que era um pouco mórbido. Eu, o João e o Alfredo  gostávamos era que nos pagassem bem. Eles ainda achavam divertido fazer parte da equipa da primeira empresa de criopreservação de pessoas no país. Mas ninguém conhecia o dono da empresa, um médico milionário excêntrico, que inclusivamente tinha contratado a gerente da empresa via internet. Ela própria dizia nunca lhe ter visto o rosto e as poucas vezes que falara com ele a voz parecia distorcida. Tudo o resto era enviado por e-mail.

A Maria tinha a teoria de que” todos fazíamos parte de uma experiência louca, de um alucinado que tinha dinheiro para gastar e que queria fazer um estudo da aceitação das pessoas à Criopreservação de pessoas” . Apesar da loucura, acho que foi a coisa mais inteligente que ela disse na vida. Mas o Alfredo e o João não conseguiram evitar um ataque de riso. E ela insistia ,"Estão a rir-se. É que isto de médicos nunca fiando” Desta vez quem não controlou o riso fui eu, e deu-me um ataque de riso de tal forma, que me engasguei de tal forma que comecei a sufocar. (continua)

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